Tuesday, December 04, 2007

Eixo do Mal?

"Na partilha do Crescente Fértil, A Grã-Bretanha e a França se fizeram outorgar os territórios árabes como mandatos da recente Liga das Nações, a primeira recebendo o Iraque e a Palestina e a segunda ficando com o Líbano e a Síria. Na teoria, o mandatário era encarregado de preparar o território tutelado para uma futura autodeterminação. Porém, os beneficiários involuntários dessa imposição experimentaram uma situação de puro imperialismo.
(...)
A amargura e a raiva pelas promessas não-cumpridas de unidade e independência foram profundas; protestos e revoltas antiocidentais foram reprimidas antes que a autoridade colonial pudesse se estabelecer.
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Desde essa época, o sentimento antiocidental ferveu de forma latente. (...) Desse nascimento ilegítimo dos Estados árabes, seguiu-se uma tradição de intromissão e intervenção mútua através de fronteiras consideradas -no melhor dos casos -provisórias. A proximidade linguística, religiosa e de costumes facilitava o intercâmbio de ativistas entre um Estado e outro, tendência que continua em voga até hoje.
(...)
Para manter a ordem, as potências desarmaram a maioria (sunita), e a discriminaram em favor das minorias -às vezes, armando uma para policiar as demais: assírios no Iraque, alawitas na Síria, coptas no Egito, judeus sionistas na Palestina etc.
Assim, armênios, judeus, xiitas, druzos e outros se associaram, na percepção de maioria, aos colonizadores, e se tornaram objeto do ódio da maioria: os muçulmanos. Os resultados, conflituosos, variaram. Os assírios iraquianos foram depois vitimados em pogrons, ataques físicos violentos contra minorias étnicas, enquanto os alawitas sírios tomaram o poder após a independência, mas as políticas coloniais posteriormente sempre complicaram a integração das minorias com a maioria numa nação árabe."

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"Relatório confidencial dos serviços de inteligência americanos afirma que a guerra no Iraque contribuiu para fomentar uma nova onda de radicalismo muçulmano e aumentou a ameaça terrorista.
Intitulado “Tendências do terrorismo mundial: conseqüências para os Estados Unidos”, o relatório, que corresponde à primeira análise oficial do terrorismo mundial, foi feito por todas as 16 agências de inteligência americanas desde o início da guerra no Iraque, em março de 2003, diz o “New York Times”."
"O mundo muçulmano", Peter Demant.
Foto de ataque terrorista no Iraque.
Tirem suas próprias conclusões.

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