Wednesday, January 31, 2007

E vai voltar

Depois de muitos dias de calor;
Depois de algumas provas de vestibular;
Depois de ganhar tudo o que eu queria;
Depois de passar o reveillon com as pessoas que mais quero bem;
Depois de muitas horas no telefone com a amiga do coLação;
Depois de rir muito com essa mesma amiga;
Depois de ter saudade de todos os outros;
Depois de muitos cortes;
Depois de tantos remédios;
Depois de tomar litros de capuccino;
Depois de passar horas assistindo filme;
Depois de discutir tanto;
Depois de ter que escutar muito também;
Depois de panelas de brigadeiro;
Depois de ouvir música até que todos ao meu redor reclamassem;
Depois de ter a certeza de tudo que eu quero;
Eu finalmente estou voltando para aquele lugar que aprendi a chamar de casa.


Monday, January 29, 2007

Acabou

"Too late... my time has come. Sends shivers down my spine, body’s aching all the time.Goodbye, ev’rybody. I’ve got to go! Gotta leave you all behind and face the truth..."

queria viver esse sonho para sempre, o mesmo sonho que, ás vezes, se parece tanto com um pesadelo...

Tuesday, January 09, 2007

Quem sou?

Sou um fanático da liberdade, considerando-a como o único espaço onde podem crescer e desenvolver-se a inteligência, a dignidade e a felicidade do homens; não esta liberdade formal, outorgada e regulamentada pelo Estado, mentira eterna que, em realidade, representa apenas privilégio de alguns, apoiada na escravidão de todos;
(...) Só aceito uma única liberdade que possa ser realmente digna deste nome, a liberdade que consiste no pleno desenvolvimento de todas as potencialidades materiais, intelectuais e morais que se encontrem em estado latente a cada um; a liberdade que não reconheça outras restrições que aquelas que nos são traçadas pelas leis de nossa própria natureza; de maneira que não há, propriamente, restrições, pois estas leis não nos são impostas por nenhum legislador de fora, situando-se ao lado ou acima de nós; elas nos são imanentes, inerentes e constituem a base de nosso ser, tanto material quanto intelectual e moral. Em vez de achar nelas um limite, devemos considerá-las como as condições reais e como a razão efetiva da nossa liberdade.
Entendo esta liberdade de cada um que, longe de parar diante de um marco, diante da liberdade de outrem, encontra aí sua confirmação e sua extensão ao infinito; a liberdade ilimitada de cada um pela liberdade de todos, a liberdade pela solidariedade, a liberdade na igualdade; a liberdade triunfante da força bruta e do princípio de autoridade que nunca foi nada mais do que a expressão ideal desta força; a liberdade que, depois de ter derrubado todos os ídolos celestes e terrestres, fundará e organizará um mundo novo, o da humanidade solidária, sobre a ruína de todas as Igrejas e de todos os Estados.


Michael Alexandrovich Bakunin, extraído de A Comuna de Paris e a noção de Estado, 1870

Sunday, January 07, 2007

Dialética querida


Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes. Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo: sobre o que é o amor; sobre o que eu nem sei quem sou.
Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou. Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor. Lhe tenho amor, lhe tenho horror. Lhe faço amor... Eu sou um ator!
É chato chegar a um objetivo num instante. Eu quero viver nessa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo: sobre o que é o amor; sobre o que eu nem sei quem sou.
Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou. Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor.Lhe tenho amor, lhe tenho horror. Lhe faço amor... Eu sou um ator!
Eu vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes. Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo... do que ter aquela velha velha velha velha velha opinião formada sobre tudo.

Metamorfose Ambulante
Raul Seixas

Saturday, January 06, 2007

Como eu e você

O ser humano é um ser incrível: tem um cérebro super desenvolvido, o que lhe permitiu, durante a História, se diferenciar de todos os outros animais. Foi capaz de modificar a natureza a sua vontade -e até exageradamente -e conseguiu, apesar de todos os impasses naturais que lhe surgiram, sobreviver e prosperar.
O que diferencia um animal racional de um irracional é justamente a capacidade intelectual; a capacidade de pensar. Era de se esperar, então, que o homem usasse sua alta complexidade cerebral e seus milhões de neurônios de uma forma mais... HUMANA.
Os animais SENTEM. Não pense que aquele bife que você comeu no almoço ou aquele peru natalino que você achou tão suculento surgiram do nada; eles fizeram parte de seres vivos, como você e eu, e que sentem. É carne, e você também é feito de carne. Também não ache que eles foram bem tratados antes de serem mortos, pois não foram.
Tantas conversas sobre igualdade... e sobre a superioridade humana! Todos sabem que o homem tem capacidade de ingerir carne -é um carnívoro -e que, entre os animais e a cadeia alimentar, a ingestão desse tipo de alimento é bem comum. O homem, entretanto, pensa, é racional, então por que não mostra essa sua "superioridade" se IMPORTANDO?
Eu não sei quanto a você, mas eu me importo. Comer algo que já foi vivo, que já se moveu e que SENTIU... Que é um ser vivo como nós e que, por causa de nossa voracidade, passou por situações cruéis e desumanas -sim, DESUMANAS mesmo -para estar em nossas mesas...
Eu me importo, só isso, e sou contra qualquer tipo de crueldade contra animais. Se isso me torna uma pessoa melhor? Não sei, talvez sim, talvez não -não sou a dona da verdade. Se isso me faz me sentir uma pessoa melhor? Sim. Com certeza.

Thursday, January 04, 2007

O tempo não pára

Cazuza

Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr na direção contrária
Sem pódio de chegada
Ou beijos de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar que eu estou derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina está cheia de ratos
Suas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára, não pára não, não pára
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meu dias são de par em par
Procurando uma agulha no palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe:
É matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Trnasformam um país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

Tuesday, January 02, 2007

Mudança

Cortei. No ombro. Tirei quase dez centímetros de cabelo. Ou sei lá quantos centímetros tem um palmo o.O. Tá, eu sei. Ninguém está interessado se eu cortei o meu cabelo ou não. Mas o blog é meu e eu posto o que eu quiser e ponto final e você não pode dizer nada contra isso. O caso é que eu cortei. E o corte é simbólico.
"She was a princess
Queen of the highway..."

8)

Monday, January 01, 2007

Não me importo


E daí que hoje é primeiro de janeiro de 2007? Até onde eu sei, isso não vai fazer grande diferença. Mas, sabe, segundo a Globo, a transmissora de televisão mais assistida do país -uma pena, na minha opinião -, 2007 é o ano onde meus "sonhos se tornarão verdade".
Uma coisa lógica, é claro... Porque é ÓBVIO que a mudança de data -a virada da folhinha do calendário, para ser mais precisa -vai mudar completamente a minha vida. Certo?
NÃO.
O que falta às pessoas é justamente esse sentimento que elas têm na virada de ano: motivação. Até mesmo esperança. E um pouco de análise crítica também. Afinal, por que com o ano novo meus sonhos serão verdade? Por que eu não posso esperar que meus sonhos se realizem à cada dia, em vez de deixar tudo para o ano que vem?
É como no Natal. Há pessoas que apenas fazem doações nessa epóca e, se você me perguntar se elas fazem isso por generosidade, vou lhe responder que não; elas o fazem para poderem se sentir melhor. Para poderem sentar-se á mesa e desfrutar da ceia sem peso na consciência. "Eu doei", elas pensam, "então posso estar com minha fartura à vontade". Mas, depois de receberem os presentes e de estarem saciados, eles não se importam mais. Nem um pensamento é reservado às crianças que passam fome ou ao pai desempregado.
Se fosse realmente uma questão de generosidade, elas -as pessoas -fariam doações também no resto do ano. Afinal, quem tem fome no natal, tem fome também nos outros dias.
No ano novo, a questão é de realismo mesmo. Acreditar que a simples virada de ano pode mudar tudo é ingenuidade. Se as pessoas depositassem a esperança e a motivação que são presentes nessa época em suas ações ao decorrer dos dias, meses e anos, com certeza as coisas seriam melhores não apenas para elas, mas também para o resto da sociedade.
Talvez, assim, a Globo estera certa; talvez nossos sonhos realmente se tornem verdade. Até lá, porém, há mais coisas a serem feitas do que esperar o ano novo chegar.
Muito mais coisas.