Friday, April 17, 2009

Embargos à parte

Começa hoje, em Trinidad e Tobago, a V Cúpula das Américas. Aguardada com expectativa, esses três dias de negociações vão mostrar a estréia do novo presidente americano Barack Obama nas relações diplomáticas diretas da região. A Cúpula, porém, que é responsável por discutir problemas econômicos, sociais e políticos da América - ou seja, problemas estruturais -, não conta com a presença de um país responsável por grandes entraves do continente: Cuba. E é justamente nessa pequena ilha caribenha que as atenções estarão focadas.

Por causa do caráter conciliador de Obama já demonstrado em seu curto tempo de posse mesmo com rivais históricos como Irã e Rússia, a maior expectativa dessa reunião de líderes de 34 países americanos é justamente a da quebra do embargo à ilha cubana. Uma restrição comercial que já dura 47 anos. As esperanças aumentaram quando, ainda nessa semana, o presidente americano aboliu a antiga restrição de viagens e de remessas de dinheiro de parentes para Cuba. Ele, entretanto, tem evitado falar sobre o embargo - talvez por causa da parcela de eleitores americanos que ainda acreditam nas medidas excludentes tomadas pelos Estados Unidos em relação ao regime cubano.

O que Obama compreende é que mudar as relações do seu país com Cuba não é apenas uma atitude diplomática, mas também estratégica. E foi-se o tempo em que o embargo era visto como algo correto e positivo. É, antes de tudo, uma medida ultrapassada, que historicamente já se mostrou como perigosa. Países como Iraque, Afeganistão e Irã, que sofreram com embargos americanos, demonstraram que tal medida apenas serve para fortalecer os regimes ditatoriais, causar revoltas populares e provocar movimentos xenófobos. Além de que colabora com o aumento da miséria das populações locais.

E, falando de Cuba, a quebra do embargo poderia abrir a ilha a uma nova era de relações com os países da América. Afinal, Cuba está direta ou indiretamente envolvida com outros países que ferem alguns conceitos democráticos - e acho que não preciso citar quais países são esses -, e uma das principais bases desse envolvimento é a de trocas comerciais. E , quem sabe, Cuba poderia até, a longo prazo, abrir-se a uma nova era governamental. Uma era mais aberta, mais democrática, mais livre, já que tendênciais para isso não faltam na ilha. E tendências que esperam os estímulos certos - que talvez estejam chegando.

Wednesday, April 08, 2009

Arbus

Albino sword swallower at a carnival
Md. 1970. Copyright © 1972
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