Sunday, May 11, 2008

A objetividade - teoria

Embora seja relacionada à forma do texto jornalístico por alguns teóricos, a objetividade é mais comumente ligada ao conteúdo. Exerce uma estreita relação com “exatidão” e “veracidade”, resultando na dita imparcialidade, que se torna sinônimo de objetividade ao também dissertar sobre a não-inserção do “eu” do jornalista na divulgação de uma notícia.
Assim, um texto objetivo é que aquele em que há a apresentação de características do objeto em questão a ser noticiado, sem haver comentários e impressões a respeito do mesmo e sem uso extremado de adjetivos e advérbios. Para isso, o jornalista deve se restringir ao que presenciou ou teve contato sem se incluir no acontecimento em si.
Seguindo essa linha, aparece como um dado extremamente importante o contato direto do jornalista com o fato a ser noticiado, já que é um de seus deveres atestar a veracidade do mesmo. Se isso não é possível, o profissional deve tentar de outras maneiras chegar a essa mesma constatação. Apenas através de uma apuração a fundo do caso é que a exatidão, ou mesmo a verossimilhança com a realidade, é alcançada. 1
Como já foi dito anteriormente, outra preocupação do jornalista deve ser a de divulgar noticias que estejam de acordo com o “interesse público”. A objetividade entra, nessa questão, na medida em que o jornalista analisa os diversos fatos rotineiros para selecionar quais são aqueles que apresentam um teor de importância à sociedade em si, como um todo. Afinal, ser objetivo é ser imparcial, o que significa que, ao fazer essa triagem, o jornalista deve se isentar de interesses pessoais, políticos ou mesmo mercadológicos. Caso isso não aconteça e o jornalista selecione e noticie fatos que interessem a uma pequena parcela da sociedade, ele estará ferindo o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros 2 .
O mesmo caso acontece caso o jornalista deixe de divulgar algo apenas por seu caráter jurídico devido a alguma divergência de interesse próprio ou de algum associado, sendo esse acontecimento de alguma relevância pública. 3
Outro dado importante que envolve a objetividade jornalística está ligado a uma maior percepção do acontecimento em si. Não uma percepção pessoal ou de sentido semelhante, mas sim a de procurar ver e contemplar todas as facetas envolvidas no fato. Para que não haja parcialidade, o jornalista deve procurar apurar o fato ouvindo e buscando informações não apenas de uma fonte, mas várias, e de diferentes classes sociais, econômicas ou de qualquer outro critério que possa ser usado. Assim, a divulgação do fato não estará envolvendo apenas uma pequena parte dos elementos envolvidos, mas sim a uma grande ou parte total, se possível.
Essa teoria de “ouvir os dois lados” ainda colabora com a não monopolização da informação, pois incentiva “a manifestação de opiniões divergentes” e “o livre debate de idéias” 4, tarefas importantes para se obter uma atitude imparcial e objetiva.
1 Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, Cap. II, Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação.
2 Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, Cap. II, Art. 6o É dever do jornalista: II - divulgar os fatos e as informações de interesse público;
3 Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, Cap. I, Art. 2o , I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou privada - e da linha política de seus proprietários e/ou diretores.
4 Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, Cap. II, Art. 7o , III

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