"Na minha parte da África, a morte nunca está longe. Com a maioria dos zimbabuenses agora morrendo no início da terceira década de vida, a mortalidade tem um lugar em cada mesa. Os próprios ventos urgentes e grudentos parecem sussurrar a mensagem 'memento mori', você também morrerá. Na África, você não vê a morte do auditório da vida, como um espectador, mas sim nos bastidores, esperando apenas a sua vez de entrar. Você se sente perecível, transitório. Você se sente mortal.
Talvez essa seja a razão por que na África parece que se vive mais vigorosamente. O drama da vida lá é amplificado pela proximidade constante da morte. Isso é o que a enche de tensão. É também a essência de sua tragédia. As pessoas amam com mais intensidade lá. O amor é a maneira de a vida esquecer que é finita. O amor é o álibi da vida em face da morte".
Talvez essa seja a razão por que na África parece que se vive mais vigorosamente. O drama da vida lá é amplificado pela proximidade constante da morte. Isso é o que a enche de tensão. É também a essência de sua tragédia. As pessoas amam com mais intensidade lá. O amor é a maneira de a vida esquecer que é finita. O amor é o álibi da vida em face da morte".
Peter Godwin, jornalista zimbabuense, em "Quando um crocodilo engole o sol".
E a expectativa de vida no Zimbábue é de 33 anos.
E a expectativa de vida no Zimbábue é de 33 anos.
1 comment:
Nossa.
fiquei parada, pensando...
esse trecho é ao mesmo tempor terrível, belo (muito belo), e extremamente verdadeiro.
Estou sob efeito desse texto ainda.
Acho que você vai ter de me emprestar uns livros quando voltar pra casa, Claire.
E, sim, volte, logo, que nossa casa é linda!
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